terça-feira, maio 01, 2012
quinta-feira, outubro 28, 2004
O Portugal que temos...
Segue a cópia de um e-mail enviado a propósito do tão propalado Campeonato Nacional de Língua Portuguesa...
"Exmos. Membros da Comissão Organizadora do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa
Venho por este meio dar-lhes conhecimento de alguns erros presentes no enunciado da prova distribuída com o último Expresso.
O meu apontamento, como de resto, os erros que sublinharei, encalham num problema de concepção do teste.
Assim, é um erro crasso apresentar neste tipo de teste, ditados para corrigir. Porque, tal como espelhado na prova, essa situação levanta óbices inultrapassáveis.
Se não, vejamos o primeiro texto/ditado.
1º- É pedido que se identifiquem os erros.
2º- Na primeira linha está escrito - "Já passava das duas quando aquele grupo de jovens se encontraram(...)"
3º- Na quinta linha está escrito - "- Concerteza que nem se lembraram de me telefonarem!(...)"
Passemos agora ao segundo texto/ditado.
1º- É pedido que se identifiquem os erros.
2º- Na primeira e segunda linhas está escrito - "(...) um ambiente de liberdade de informação afim de exercer o nosso direito de cidadania.(...)"
3º- Na segunda linha está escrito - "Por conseguinte, em todas e quaisqueres(...)"
4º- Na quinta e sexta linhas está escrito - "(...) de uma unanimidade pusilânime e que nos trazeria uma inércia colectiva.(...)"
5º- Na sétima linha está escrito - "(...) eles representam diversas correntes de opinião e devem exprimirem-se com espontaniedade(...)"
Conclusão:
Surgem desde logo erros de construção gramatical aceitável, ou melhor, entendível, se atentarmos na realidade dos níves de literacia e nos maus tratos constantes praticados à Língua Portuguesa.
Só que os erros que detectei são ainda mais graves, já que assumem cariz conceptual e de contrução do teste.
Está escrito que se trata de um ditado.
Ora, eu não quero acreditar que um professor ditaria encontraram, telefonarem, exercer, quaisqueres, trazeria e exprimirem-se. Pelo menos, não inserindo estas palavras no contexto em que aparecem nas frases.
Se de alguns erros se pode argumentar, por exemplo, que a sala onde se realizava o ditado era muito grande, com muitos alunos (alguns com problemas auditivos) e uma péssima acústica, responsabilizando assim, apenas e só, a construção ou uma péssima política de planeamento dos espaços físicos, como no caso de quaisqueres e trazeria; de outros apenas se pode entender o carácter relapso de quem ditou, "infelizmente" o professor, já que do ponto de vista lexical e sonoro, encontraram é muito diferente de encontrou, telefonarem é muito diferente de telefonar, exercer é muito diferente de exercermos e exprimirem-se é muito diferente de exprimir-se.
É que os erros que detectei seriam válidos e bem pensados se no enunciado estivesse escrito que se tratava de uma composição de um aluno, que até posso acreditar, estivesse matriculado no ensino superior. Assim, da forma como estão enquadrados, apenas entendo um ataque fortíssimo a todos os professores e apreciadores da Língua Portuguesa.
Peço-lhes desculpa os reparos que ora vos envio, mas estes não são mais do que anseios não controlados de um leitor confesso do Jornal Expresso."
Sem comentários... ou ainda pior, com comentários a mais.
"Exmos. Membros da Comissão Organizadora do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa
Venho por este meio dar-lhes conhecimento de alguns erros presentes no enunciado da prova distribuída com o último Expresso.
O meu apontamento, como de resto, os erros que sublinharei, encalham num problema de concepção do teste.
Assim, é um erro crasso apresentar neste tipo de teste, ditados para corrigir. Porque, tal como espelhado na prova, essa situação levanta óbices inultrapassáveis.
Se não, vejamos o primeiro texto/ditado.
1º- É pedido que se identifiquem os erros.
2º- Na primeira linha está escrito - "Já passava das duas quando aquele grupo de jovens se encontraram(...)"
3º- Na quinta linha está escrito - "- Concerteza que nem se lembraram de me telefonarem!(...)"
Passemos agora ao segundo texto/ditado.
1º- É pedido que se identifiquem os erros.
2º- Na primeira e segunda linhas está escrito - "(...) um ambiente de liberdade de informação afim de exercer o nosso direito de cidadania.(...)"
3º- Na segunda linha está escrito - "Por conseguinte, em todas e quaisqueres(...)"
4º- Na quinta e sexta linhas está escrito - "(...) de uma unanimidade pusilânime e que nos trazeria uma inércia colectiva.(...)"
5º- Na sétima linha está escrito - "(...) eles representam diversas correntes de opinião e devem exprimirem-se com espontaniedade(...)"
Conclusão:
Surgem desde logo erros de construção gramatical aceitável, ou melhor, entendível, se atentarmos na realidade dos níves de literacia e nos maus tratos constantes praticados à Língua Portuguesa.
Só que os erros que detectei são ainda mais graves, já que assumem cariz conceptual e de contrução do teste.
Está escrito que se trata de um ditado.
Ora, eu não quero acreditar que um professor ditaria encontraram, telefonarem, exercer, quaisqueres, trazeria e exprimirem-se. Pelo menos, não inserindo estas palavras no contexto em que aparecem nas frases.
Se de alguns erros se pode argumentar, por exemplo, que a sala onde se realizava o ditado era muito grande, com muitos alunos (alguns com problemas auditivos) e uma péssima acústica, responsabilizando assim, apenas e só, a construção ou uma péssima política de planeamento dos espaços físicos, como no caso de quaisqueres e trazeria; de outros apenas se pode entender o carácter relapso de quem ditou, "infelizmente" o professor, já que do ponto de vista lexical e sonoro, encontraram é muito diferente de encontrou, telefonarem é muito diferente de telefonar, exercer é muito diferente de exercermos e exprimirem-se é muito diferente de exprimir-se.
É que os erros que detectei seriam válidos e bem pensados se no enunciado estivesse escrito que se tratava de uma composição de um aluno, que até posso acreditar, estivesse matriculado no ensino superior. Assim, da forma como estão enquadrados, apenas entendo um ataque fortíssimo a todos os professores e apreciadores da Língua Portuguesa.
Peço-lhes desculpa os reparos que ora vos envio, mas estes não são mais do que anseios não controlados de um leitor confesso do Jornal Expresso."
Sem comentários... ou ainda pior, com comentários a mais.
quinta-feira, outubro 14, 2004
Família
Mais um telefonema na noite escura
Que não abranda o som do silêncio
Entrando pelos poros da minha pele
E perfurando o sensível
Se a vida fosse um gesto, que fosse um abraço, tão grande... capaz de aquecer até os que estão longe.
Perdido por acção própria. Distante por opção. Mas de coração mole e avisado... Espera sempre o pior... Assim só te podes surpreender pela positiva
Que não abranda o som do silêncio
Entrando pelos poros da minha pele
E perfurando o sensível
Se a vida fosse um gesto, que fosse um abraço, tão grande... capaz de aquecer até os que estão longe.
Perdido por acção própria. Distante por opção. Mas de coração mole e avisado... Espera sempre o pior... Assim só te podes surpreender pela positiva
quarta-feira, outubro 13, 2004
segunda-feira, outubro 04, 2004
E o mundo continua
Tanta falsidade que já é difícil andar de cabeça erguida.
Virgílio tinha razão: "Arre que estou farto de semi deuses... Só eu confesso que uma vez pequei, só eu confesso que uma vez menti"
Mesmo assim até na "noite mais escura/em tempo de servidão/há sempre alguém que resiste/há sempre alguém que diz não"
Viro-me na almofada e adormeço com uma luz escura que magoa os olhos fechados.
Até amanhã
Virgílio tinha razão: "Arre que estou farto de semi deuses... Só eu confesso que uma vez pequei, só eu confesso que uma vez menti"
Mesmo assim até na "noite mais escura/em tempo de servidão/há sempre alguém que resiste/há sempre alguém que diz não"
Viro-me na almofada e adormeço com uma luz escura que magoa os olhos fechados.
Até amanhã
sábado, outubro 02, 2004
E afinal... a Tecnologia
Sócrates parecia que falava de improviso... não... é uma nova tecnologia ao serviço da res publica.
Mais um episódio!!!
Mais um episódio!!!
quinta-feira, setembro 30, 2004
Trova Triste de Portugal
Ai Portugal
Que andas perdido
Por ondes todos te vêem
Mas ninguém te quer.
Ai Portugal
Tens vergonha de ser português
E de levar aos quatro cantos
A tua pequenês.
Ai Portugal
Que entristeces cinzento
E desembainhas espadas
Contra o vento.
Ai Portugal
Se tu fosses um país
Tinhas um povo acordado
Forte como uma raiz.
Ai Portugal
Que te despedaças
Em cada gesto. Em cada pessoa
Que só vive farsas.
Ai Portugal
Acorda e Critica
Apoia, Constrói e Opina
Não fiques só porque o outro fica.
Ai Portugal
Toma o primeiro comboio
Directo para a Democracia
E sai na estação Liberdade.
Ai Portugal
Abre os braços
E destrói esta sociedade
Dos falsos abraços.
Ai Portugal
Encontra-te de uma vez
E perde-te, já, certo
Em nove milhões de porquês.
Ai Portugal
Não sejas dor
Sê antes uma flor
Ou um amor.
Ai Portugal
Explica a toda a gente
Que ainda é nosso o futuroExplica Portugal. É urgente
Que andas perdido
Por ondes todos te vêem
Mas ninguém te quer.
Ai Portugal
Tens vergonha de ser português
E de levar aos quatro cantos
A tua pequenês.
Ai Portugal
Que entristeces cinzento
E desembainhas espadas
Contra o vento.
Ai Portugal
Se tu fosses um país
Tinhas um povo acordado
Forte como uma raiz.
Ai Portugal
Que te despedaças
Em cada gesto. Em cada pessoa
Que só vive farsas.
Ai Portugal
Acorda e Critica
Apoia, Constrói e Opina
Não fiques só porque o outro fica.
Ai Portugal
Toma o primeiro comboio
Directo para a Democracia
E sai na estação Liberdade.
Ai Portugal
Abre os braços
E destrói esta sociedade
Dos falsos abraços.
Ai Portugal
Encontra-te de uma vez
E perde-te, já, certo
Em nove milhões de porquês.
Ai Portugal
Não sejas dor
Sê antes uma flor
Ou um amor.
Ai Portugal
Explica a toda a gente
Que ainda é nosso o futuroExplica Portugal. É urgente